10 conselhos que ajudaram meu negócio e minha carreira a decolar
Qual a sua maior dificuldade em cuidar da sua carreira?
Quando eu fiz essa pergunta no Instagram, algumas respostas se repetiram:
Falta de grana.
Conciliar CLT + consultoria de estilo.
Gestão de tempo.
Não aceitar pouco.
Me posicionar.
Conciliar com a maternidade.
Vender.
Nada disso é surpreendente pra mim porque, claro, eu já passei por todas essas dificuldades também. Meu começo foi caótico e sem planejamento. Eu não tinha ideia de como estruturar uma empresa. Eu não tinha todas as habilidades necessárias. Sendo bem honesta, eu não tinha ideia do que eu tava fazendo.
Eu só sabia o que não queria continuar fazendo.
E eu tinha minha teimosia também.
Na minha cabeça, tinha que dar certo. E dar certo, naquele momento, era simplesmente pagar minhas contas com a consultoria de estilo.
E deu certo. Deu mais certo do que eu poderia imaginar.
Acho que isso se deve, em parte, ao fato de que, além de teimosa, sou pragmática. Faço o que tem que ser feito. Não faço só o que gosto ou tenho habilidades.
E eu faço. Não deixo os projetos só no mundo das ideias.
Dito isso, vou dar 10 conselhos não solicitados que ajudaram meu negócio e minha carreira a decolar – na expectativa de que esses conselhos ajudem a dar ideias para todas essas questões do começo do texto.
1. A primeira coisa que eu entendi foi: agora eu tenho uma empresa
Quando resolvi fazer a transição de carreira, eu tinha muito claro que, a partir daquele momento, eu não seria apenas consultora de estilo. Eu teria também que administrar um negócio. Cuidar de finanças, marketing, jurídico, gestão de projetos etc. etc. Todas aquelas áreas que, nas empresas em que já tinha trabalhado, eu nem precisava lembrar que existiam.
Sério, entrar na consultoria com essa mentalidade foi fundamental para eu adotar uma atitude mais estratégica (ainda que essa estratégia fosse meio capenga inicialmente, mas já chegamos nesse ponto) e entender, por exemplo, que...
2. Não existe abrir empresa sem investimento
Toda empresa precisa de capital inicial para ser aberta e toda empresa precisa de investimentos para crescer. A regra, inclusive, é que, nos primeiros anos, as empresas operem no vermelho antes de começarem a dar lucro.
Na consultoria de estilo, o capital inicial pode até ser muito menor do que em outros segmentos, mas isso não significa que ele seja zero.
O que eu vejo é muita consultora investindo R$ 5,00 na empresa e querendo faturar, de cara, R$ 10k por mês. Não vai dar certo.
Eu entendi isso logo de cara e sempre, sempre investi na minha empresa (e isso inclui investir no meu conhecimento, já que meu conhecimento é a matéria-prima do meu trabalho)...
3. Gestão financeira é fundamental
...Bom, e conforme fui faturando mais, eu não fui aumentando meu salário proporcionalmente, mas fui reinvestindo na empresa e fazendo caixa para que eu tivesse mais tranquilidade para dedicar tempo a projetos novos, por exemplo.
E tô falando de um lugar bem pé no chão, tá?
Digo isso porque sempre me perguntam se é possível ser consultora de estilo sem ser herdeira. E eu não só não sou herdeira, como também não casei com homem rico e venho da classe operária.
Consegui fazer isso mais por boa gestão financeira (o que incluiu cortar muitos gastos pessoais no início) do que por abundância de dinheiro.
4. Tão fundamental quanto gestão financeira é gestão de tempo
Vou bater no clichê de que tempo é um dos recursos mais escassos que a gente tem.
E não tem jeito, se tem uma coisa que nunca sobra, é tempo. Pelo menos não sem planejamento.
Se você é minha aluna, sabe que eu sou devota do planejamento porque é só assim que eu consigo tocar tanta coisa ao mesmo tempo (no trabalho e fora dele, pois, afinal, eu sou mãe, né?!).
O tema planejamento merece um texto só pra ele, mas, pra mim, algumas coisas fundamentais são:
Ter clareza REAL de tudo, tudo que você precisa fazer.
Estabelecer prioridades e trabalhar nelas, não nas urgências.
Separar tempo na agenda para essas prioridades, e não só para compromissos marcados.
Vejo que tem muita consultora que lota a agenda de compromissos e deixa para produzir conteúdo "quando dá tempo".
Se é prioridade, tem que ter tempo de agenda pra isso, porque, como eu disse, tempo nunca sobra.
5. Projeto bom é projeto que tá no mundo
Eu não sou perfeccionista MESMO.
Aprendi isso trabalhando em fast fashion de moda. E foi um dos melhores aprendizados.
Hoje, empreendendo, eu entendi que nenhum projeto nasce perfeito porque ele precisa ser validado na vida real para ser aprimorado.
Então, eu estabeleço critérios realistas de qualidade (que é basicamente: qual é o melhor que eu posso entregar com os recursos que eu tenho agora?) e boto as coisas no mundo.
Depois, vou lapidando, melhorando ou desencanando mais rápido quando a ideia não era tão boa assim.
Isso é gestão de tempo e dinheiro!
6. Só quem paga minhas contas pode me julgar
Como, no caso, sou eu mesma, eu que me entenda na análise.
Mas, sério, por mais introvertida que eu seja, por mais que produzir conteúdo no início tenha sido difícil, por mais que eu tenha tido piriri na primeira aula que dei, eu fiz.
Fui chamada de blogueirinha no início (ainda usam esse "insulto"? Acho que não, né?), mas eu só pensava:
"Pelo menos não tô amargurada com meu emprego como você."
Hahaha Sorry, not sorry.
Dito isso...
7. Entendi bem rápido que vender era parte do jogo
Na minha experiência, vendas são a grande pedra no sapato da consultora de estilo.
Se você soubesse quanta consultora fica esperando cliente cair do céu...
Mas sem vendas não tem negócio, tem hobby, e eu sempre soube que isso era trabalho, certo?
Acho a parte mais gostosa? Não.
Tinha vergonha no início? Super.
Mas fui entendendo que meu serviço é ótimo, transforma vidas, eu sou competente e não estou obrigando ninguém a comprar de mim.
Então, ter vergonha por quê?
8. Vender é resultado de uma série de outras coisas
Consultoria de estilo não é chiclete que você compra sem pensar na fila do caixa.
A maioria das pessoas nem sabe o que é consultoria de estilo, que dirá os benefícios que ela pode trazer.
É por isso que é preciso estratégia, é preciso construir uma boa comunicação, e é preciso tempo para que essa comunicação traga resultados.
Não é da noite pro dia.
Vendas é um assunto complexo, mas certamente começa com você valorizando o seu trabalho.
9. Encontrar bons profissionais para te acompanhar nessa jornada é fundamental
Eu ainda não sou a melhor pessoa com finanças, eu ainda não sou a gênia da estratégia, eu ainda apanho pra produzir conteúdo. Mas hoje eu posso contar com excelentes profissionais que me orientam, acompanham e ajudam nisso tudo. E isso faz toda a diferença!
Talvez você ainda não esteja num momento de conseguir contratar, mas pode trocar uma ideia com profissionais mais experientes.
Uma das coisas que mais amo nas Stylebreakers é a disponibilidade para essas trocas entre profissionais!
10. Não é fácil, então tem que valer a pena
Se você resolveu empreender porque queria trabalhar menos, ter mais flexibilidade de horário, não ter chefe, fazer só o que você gosta, sinto lhe informar, mas você veio ao lugar errado.
Mas hoje posso dizer que tenho zero vontade de voltar pro CLT, mesmo com todos os perrengues.
Demorei um tempo pra ter mais autonomia de tempo, de grana e de projetos. Mas hoje consigo falar não pra coisas que não me interessam, consigo tirar 45 dias seguidos de férias e consigo inventar uns projetos só porque tô com vontade – e isso, pra mim, vale muito.
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No fim das contas, empreender não é só sobre talento, paixão ou esperar o momento ideal. É sobre se comprometer de verdade com o próprio negócio, fazer escolhas estratégicas e agir, mesmo quando o caminho não é confortável.
Muita gente entra na consultoria de estilo esperando um atalho, uma fórmula mágica ou uma motivação externa para seguir em frente, mas a verdade é que o sucesso vem de quem encara o jogo de frente e se coloca no mercado com consistência e estratégia.
Mas se você escolheu esse caminho, vale a pena se perguntar todos os dias: estou tratando meu negócio como um negócio de verdade?